terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Espelho Profético



Esta é a nona música do CD.



Até quando vou viver assim

Sem cuidar de mim

Finco o pé légua tirana

Nessa estrada desumana

Que parece não ter fim


Todo dia piso a terra

Onde o homem faz a guerra

Onde o homem faz o mal

É a terra que alimenta

Mas a mão tão vil, sedenta

Da ganância mais nojenta

Só lhe planta o que é letal


Tudo fica na memória

Um passado de inglória

Um presente tão infausto

E um futuro que promete

Bomba atômica, atiéte¹

Genocídio e holocausto


E eu não sou tão pessimista

É que aguço a minha vista

E posso ver profundamente

Numa lente analítica

Eu percebo que a política

Pouco fez por essa gente


Que quer ser feliz...


Que deseja ser feliz no seu próprio país

Mas que é sempre roubada e enganada ao fado

O sonho cortado com atroz machado

Pela raiz


Tenta te olhar no mesmo espelho em que estou me olhando

E tu verás ligeiramente tua face enrugando

É o processo da senectude deteriorando

É o mesmo drama de um povo sofrido agonizando


Que a honra não tome

Que na própria fome

Se deixe insistir

Pois mesmo que morra

Que a lágrima corra

É justo o porvir


Deus está aqui...


É que o homem belicoso

Traz no âmago seboso

O prazer de destruir

E o homem na maldade

Traz com si promiscuidade

E o intuito de delinqüir


E há muito é assim...


Disse-me um dia, assim, um grande sábio:

“O homem se perdeu do Paraíso!”

E, assim, Deus formulou o seu juízo:

“A história do homem é um alfarrábio!”

Tudo concentrar-se-á num só lábio

E tudo será dito sem elipse

E o prenúncio será um longo eclipse

Estará em prelúdio o fim da Terra

A história do homem assim se encerra

Dessa forma virá o apocalipse



Nota do autor: Ariéte¹: Barbarismo usado por poetas,

compositores e outros autores amparados pela licensa

poética. Não é recomendado o uso deste termo nem

textualmente nem coloquialmente.

A grafia correta desta palavra é aríete.



Compositor: Tiago Oliveira de Sousa.

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