Esta é a nona música do CD.
Até quando vou viver assim
Sem cuidar de mim
Finco o pé légua tirana
Nessa estrada desumana
Que parece não ter fim
Todo dia piso a terra
Onde o homem faz a guerra
Onde o homem faz o mal
É a terra que alimenta
Mas a mão tão vil, sedenta
Da ganância mais nojenta
Só lhe planta o que é letal
Tudo fica na memória
Um passado de inglória
Um presente tão infausto
E um futuro que promete
Bomba atômica, atiéte¹
Genocídio e holocausto
E eu não sou tão pessimista
É que aguço a minha vista
E posso ver profundamente
Numa lente analítica
Eu percebo que a política
Pouco fez por essa gente
Que quer ser feliz...
Que deseja ser feliz no seu próprio país
Mas que é sempre roubada e enganada ao fado
O sonho cortado com atroz machado
Pela raiz
Tenta te olhar no mesmo espelho em que estou me olhando
E tu verás ligeiramente tua face enrugando
É o processo da senectude deteriorando
É o mesmo drama de um povo sofrido agonizando
Que a honra não tome
Que na própria fome
Se deixe insistir
Pois mesmo que morra
Que a lágrima corra
É justo o porvir
Deus está aqui...
É que o homem belicoso
Traz no âmago seboso
O prazer de destruir
E o homem na maldade
Traz com si promiscuidade
E o intuito de delinqüir
E há muito é assim...
Disse-me um dia, assim, um grande sábio:
“O homem se perdeu do Paraíso!”
E, assim, Deus formulou o seu juízo:
“A história do homem é um alfarrábio!”
Tudo concentrar-se-á num só lábio
E tudo será dito sem elipse
E o prenúncio será um longo eclipse
Estará em prelúdio o fim da Terra
A história do homem assim se encerra
Dessa forma virá o apocalipse
Nota do autor: Ariéte¹: Barbarismo usado por poetas,
compositores e outros autores amparados pela licensa
poética. Não é recomendado o uso deste termo nem
textualmente nem coloquialmente.
A grafia correta desta palavra é aríete.
Compositor: Tiago Oliveira de Sousa.
dá licença pra eu acordar você do sonho?
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